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5 QUESTÕES SOBRE AJURUJUBA - HISTÓRIA EM QUADRINHOS SOBRE A FUNDAÇÃO DA CIDADE DE SÃO LUÍS


Adriano Leonardo entrevista Iramir Araújo na 4a Feira Cultural
JKOMICS
        O Grupo JKOMICS , tem se destacado em São Luís do Maranhão, por reunir na Praça do Duque de Caxias - João Paulo, artistas, artesãos, produtores e apaixonados por quadrinhos da Ilha. Nessa 4ª edição da Feira Cultural, tive o prazer de ver o quanto esse movimento tem se consolidado como uma alternativa de interação entre os apreciadores da 9ª arte.
       Segundo André Rios, da Banca JKOMICS, o grupo ainda recebeu sugestões de que hoje não seria um dia apropriado para realizar a Feira, por conta do feriadão e sendo ainda o aniversário da cidade. Mas mesmo diante de uma agenda de mídia sufocada por assuntos políticos e outros eventos, eles toparam o desafio de celebrar o aniversário de São Luís, realizando essa Feira com a participação de muitos fãs e feras de HQ da Ilha. Entre eles, Iramir Araújo -autor do roteiro de AJURUJUBA - uma obra de Quadrinhos inspirada na Fundação da Cidade de São Luís.  
         Por esse motivo, fui até lá especificamente para entrevistar o historiador e roteirista e registrar aqui, com depoimentos dele, 5 curiosidades sobre AJURUJUBA - uma obra de Quadrinhos que mistura pesquisa histórica e quadrinhos com farinha, juçara, camarão e um gole de guaraná Jesus pra arrotar...ao som do melô da Polyana!
 Saca aí:

      1-      sobre a A MOTIVAÇÃO pra fazer essa Obra:

 Eu já venho desenvolvendo algum tempo, a idéia de converter aspectos da história do Maranhão para os Quadrinhos. O primeiro projeto que não chegou a ser concretizado foi sobre o Bequimão (Manoel Beckman), mas em dado momento eu li uma matéria sobre a Balaiada que completaria 170 anos, achei que esse tema seria mais importante, então me dediquei a ele e  a obra teve uma ótima aceitação nas escolas que o adotaram como um livro paradidático. Após esse trabalho, eu me toquei que São Luís estava prestes a completar 400 anos e caí em campo pesquisando e trabalhando no roteiro. Chamei o Ronilson Freire para desenhar e ele fez um trabalho primoroso. 


       2-      Tempo de Produção da Obra:

Mais ou menos 2 anos de produção, envolvendo a pesquisa histórica, análise de documentos e para fazer o roteiro me deparei com diversas versões da História da fundação da cidade de São Luís. Você encontra diversas visões. Dados sob a visão dos padres capuchinos que acompanharam a embarcação de Daniel de Latouche até recentemente a visão da pesquisadora Maria de Lourdes Lacroir onde é levantada a tese de que São Luís não teria sido fundada pelos franceses. Inclusive essa é uma tese que encontrou bastante adversários

       3-      O titulo:

Foi a última coisa a ser definida. 

aîurú =papagaio e abá=homem (no idioma tupi antigo).
Eu me inspirei num livro de pesquisador francês chamado Maurice Pianzola, onde os europeus que participaram da ocupação francesa em terras brasileiras são comparados pelos índios como papagaios amarelos, por terem a pele clara, serem loiros e muito falantes (ou tagarelas).

       4-      Idioma e dominação de uma etnia sobre outra

               Na verdade os índios que aqui já estavam conhecidos por Tupinambás, que tinham a sua própria língua. Eles tinham contato com os franceses muito antes mesmo da chegada da expedição oficial de Daniel de La Touche. Já havia um tipo de acordo entre os franceses e os nativos onde os europeus já eram “esperados”. Pela questão linguística, estudiosos atribuem que no Brasil haviam mais de 500 dialetos com algumas semelhanças entre eles. Uma das forma que os portugueses encontraram de se comunicar com eles foi estabelecer a chamada língua geral. Durante muito tempo os brasileiros não falavam português, falavam essa língua geral, que era uma mistura de português com o tupi antigo. Uma curiosidade: O Domingos Jorge Velho que assaltou o Quilombo dos Palmares, praticamente não falava português e sim a língua geral.

               Os franceses com os padres capuchinos montaram um tipo de dicionário tupinambá onde eles conseguiam se comunicar com os índios na língua deles. 

5 - Sobre usar ou não a lenda do milagre da Nossa Senhora da Vitória como elemento alegórico da HQ.

Se você considerar que a lenda faz parte da história por que em várias versões que você lê sobre a fundação de São Luís, a lenda está presente. Então, Não usar a lenda (na HQ) seria, de certa forma, tirar um pedaço importante dela. Se eu não a usasse, estaria aleijando a própria história. Embora seja lenda, a lenda está lá nos livros de história.

Em Ajurujuba, o que eu fiz, foi dar uma outra interpretação sobre essa lenda, “criando” um tipo de explicação sobre como ela ocorreu. Mas isso é a minha interpretação como autor.

Quer saber mais como os autores retrataram a Lenda da Batalha de Guaxenduba em quadrinhos? Valorize o quadrinho nacional, comprando essa obra na Banca JKOMICS no João Paulo ( Com André Rios ) se você mora em São Luís, ou se é de outra cidade e deseja encomendar com o próprio autor, entre em contato com ele nas redes sociais:

Link do Face de Iramir Araújo:


Link Jkomics:








Fora isso, Iramir me contou um lance magnético sobre o seu mais novo e atual projeto de quadrinhos: Trata-se da adaptação de uma importante obra da literatura maranhense para os quadrinhos. Mas esse é um assunto que eu vou deixar pra outro post... como todo animal político eu prometo que farei o possível pra não demorar tanto... Talvez uns 406 anos! 




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