Pular para o conteúdo principal

O CRIADOR & A CRIATURA (parte 1) por Adriano Leonardo

Descrevendo o meu PROCESSO CRIATIVO 


Como é feito um personagem de Quadrinhos?

Quadrinhos na prática, é simples, alguém poderia dizer,... é só ter uma ideia com uma pequena história de começo meio e fim, dividir em quadros, desenhar e publicar! Mas,... se o autor pretender seguir com uma sequência de histórias? ele poderá escolher, dentre outras alternativas, a de trabalhar com um tema fixo ou personagem fixo, um personagem principal, digamos assim...Bem, esse é o meu caso.
Eu tenho um projeto de seguir com um personagem fixo em uma série de quadrinhos e não há forma melhor de desenvolver esse trabalho a não ser compartilhando o PROCESSO DE CRIAÇÃO com outras pessoas que queiram acompanhá-lo. Pois é para isso que quadrinhos são feitos, para serem lidos, ou mais do que isso, para serem apreciados.
Por essa razão, entendi que se eu fizesse isso agora, mesmo sem ter o projeto finalizado, poderia começar a segmentar um público específico e durante a jornada do processo criativo, fazendo as adaptações que julgar necessárias, eu teria uma espécie de termômetro para conduzir o meu projeto.

Caricatura de Adriano Leonardo
 por ele mesmo 
Mas quem sou eu pra tratar disso?

Eu sou um artista visual anônimo, chamado de Adriano pela grande maioria das pessoas que me cercam, mas também já fui chamado de “Coelho” na minha infância, de “LERDO” e de “LOUCO”..., depois voltaram a me chamar de Adriano Leonardo, mas o fato é que eu nunca fui fã do meu próprio nome, até mesmo antes da revolução digital eu achava meu nome muito comprido e decidi bolar um pseudônimo: ADRY LEON, a pronúncia era horrível, mas eu sempre gostei do efeito visual dessas letras.

Esse texto é sobre o autor ou sobre o personagem?

Por se tratar de uma experiência particular com a produção artística, esses registros que você lê, terão sempre esse paralelo : obra e autor ou vice-versa. Sendo esse o melhor ponto de partida pra assimilar a raiz do processo criativo.
Quando comecei a conhecer o cristianismo com mais profundidade, no final de 1995, decidi assinar sempre as obras artísticas que eu fazia com duas letras gregas chamadas de ALPHA e ÔMEGA. Foi uma solução rápida e simples para me esconder de qualquer atenção que eu pudesse provocar na hora errada, além de justificar, literalmente, que eu atribuía a glória a Deus?...Será mesmo?

SIM!... e onde fica o PERSONAGEM?

O Personagem basicamente, já possuía um conceito definido, tal qual é no seu registro na Biblioteca Nacional: Um boneco desenhado em um estilo cômico, que representa um jovem de 18 anos, cristão, universitário, um artista visual autodidata, grafiteiro, que estuda Comunicação Social na Universidade, filho de uma mãe viúva com quem mora e mais 3 irmãos mais novos. Frequenta uma Igreja e passa muitos conflitos, com seu ego de artista e seus atropelos com a fé que cultiva. Sempre sofrendo as consequências do desequilíbrio da sua rotina e indisciplina pessoal e, em meio a outras circunstâncias adversas, estão as suas responsabilidades domésticas, que o tornam sempre o palhaço do seu próprio circo. É, eu sei, é patético!...Mas, as pessoas adoram personagens patéticos,...O que dizer do Chaves, do Cris, do Chaplin, dos 3 Patetas ou do próprio Pateta? Diário de um Banana? E por aí vai... Além do mais, eu não sei tratar com outro gênero de Quadrinhos, meu traço é humor, bem brasileiro mesmo! E é assim que o classifico, apesar do tom melancólico e "noir" que explorei aqui com o preto e branco. 



No entanto, sabendo que a ideia não era tão original e para não ficar muito preso a esfera do autobiográfico, resolvi dar um incrementada, com algumas dicas sobre o universo das artes visuais, começando com o Graffiti, lógico e destacando algumas referências bíblicas, pois quem sabe assim, eu mostrava também que eu tinha algo de útil a ensinar aos mais jovens...

Continua...

Abaixo as Etapas de Produção da Página de Quadrinhos do Bezalel na nova versão do personagem:

A princípio eu pretendia desenvolver com o Bezalel, as chamadas TIRAS CÔMICAS SERIADAS (mais conhecidas pelos jornais impressos) aquelas que, embora tenham uma mensagem fechada em si mesmas, seguem em uma sequência de leitura, com o mesmo tema ou abordagem.  Quando vou fazer uma Tira de Quadrinhos, no geral, essa  idéia é decomposta em 3 cenas ou quadros, mas para enriquecer mais a  mensagem, acrescento as notas editoriais tratando dos meus conceitos com a arte ou destacando as passagens bíblicas com as quais me inspirei ou fundamentei as mensagens. Veja que no exemplo abaixo,que o conceito das tiras é o mesmo, mas por que eu preciso explorar mais o espaço na folha , pra deixar o desenho com um acabamento melhor para passar para o computador, tive que distribuir as cenas de uma tira em quadrinhos como se fosse uma página inteira de uma história mais longa. Mas só fiz assim, pra manter a ideia visual do enredo, em um único suporte material (que no caso é a folha em formato A4):
DESENHO da PÁGINA FEITA Á LAPIS,
PÁGINA com Arte Final



Na página Final, editei o letreiramento  com os diálogos, e os balões usando o aplicativo Corel Draw e nas cores usei o Corel Paint. 



Comentários

CLICA EM CIMA DE CADA REVISTA DIGITAL